O telefone

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Novas inspirações

Renan Pereira

Eis a musa do plenilúnio

Mas não a musa dos parnasos de outrora

É a minha musa.

É a musa que espero com o terno desabotoado

Cabelo desmanchado

Pensamento conservado


É a minha personagem

Em prosa ou canção

Contrariedade rumorosa

Do zodíaco e constelação

Esboços policrômicos ou umbrosos

Nos quadros da imaginação


É a musa de sexo reservado

Do olhar regenerado

Sorriso abençoado

Simetria imperturbável

Corpo manejado

Displicência entre música e retrato


É a noiva que espero em altar (sem ressaltar)

Seus temerosos lábios

És musa intocável

Desejada pelo estrago

Dos deletérios polidos

E socializados passivos


Destrói-me o ciúme

Este descontente vaga-lume

A perambular em desolação.

Quero poder gritar semanticamente

Aos meus postiços concorrentes

O quão amo esta musa em vão.