Renan Pereira
Eis a musa do plenilúnio
Mas não a musa dos parnasos de outrora
É a minha musa.
É a musa que espero com o terno desabotoado
Cabelo desmanchado
Pensamento conservado
É a minha personagem
Em prosa ou canção
Contrariedade rumorosa
Do zodíaco e constelação
Esboços policrômicos ou umbrosos
Nos quadros da imaginação
É a musa de sexo reservado
Do olhar regenerado
Sorriso abençoado
Simetria imperturbável
Corpo manejado
Displicência entre música e retrato
É a noiva que espero em altar (sem ressaltar)
Seus temerosos lábios
És musa intocável
Desejada pelo estrago
Dos deletérios polidos
E socializados passivos
Destrói-me o ciúme
Este descontente vaga-lume
A perambular em desolação.
Quero poder gritar semanticamente
Aos meus postiços concorrentes
O quão amo esta musa em vão.